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A Casa Contemporânea em Brasília

equipe
Elane Ribeiro Peixoto (coord.)
Anna Luísa Portela de Deus Albano
Carolina Lira Araújo
​Daniel Duncan Corso Semple
Letícia Maria de Freitas Oliveira​
Lorrany da Silva Arcanjo
Luíza Alencar Paschoal
Natália Ferreira Valladão

vigência
2021-2022

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Mais que apenas as construções símbolo do movimento moderno brasileiro dos anos sessenta, Brasília abriga também uma parcela significativa da produção contemporânea arquitetônica de relevância, que merece a atenção acadêmica. Nossa hipótese é de que essa produção constitui um testemunho da consolidação de um “fazer arquitetônico” que se articula às produções precedentes, porém mantendo delas certa autonomia. Nosso problema de pesquisa é, portanto, compreender como se vinculam as obras de diferentes gerações de arquitetos atuantes na capital federal.

As primeiras construções de Brasília tiveram como protagonistas os arquitetos representantes da primeira geração de profissionais adeptos da arquitetura moderna. As edificações do período envolviam um suposto novo estilo de vida e de novas expressões culturais que repercutiram nas moradias. As casas planejadas neste período por arquitetos como Oscar Niemeyer, João Filgueiras Lima e Milton Ramos são exemplos de projetos que se alinharam às premissas do “modernismo heroico”. Os pioneiros modernos foram inspirados, principalmente, pelas Escolas Carioca e Paulista de Arquitetura e atuaram conjuntamente com Oscar Niemeyer, construindo os edifícios institucionais da nova capital federal. Eles traziam consigo, em sua maioria, referências das metrópoles onde a arquitetura moderna encontrava-se, entre os profissionais, consolidada. Suas atuações são legados da cidade e, possivelmente, marcaram as gerações posteriores.

Neste projeto, focamos nossa atenção na geração de profissionais atuantes no cenário definido a partir dos anos 2000, esse grupo é, aqui, denominado contemporâneo. Compõe-se de arquitetos com formação nas décadas de oitenta e noventa, com idade aproximada de 40 a 60 anos. Esses critérios nos permitiram selecionar os escritórios: Bloco Arquitetos (Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco), Estúdio MRGB (Hermes Romão, Igor Campos e Rodolfo Marques), ArqBr (André Velloso e Eder Alencar), Atelier Paralelo (Thiago Andrade, José Henrique Freitas e Manoel Fonseca) e Equipe Lamas (Samuel Lamas). Reforça essa seleção de escritórios as premiações públicas em nível nacional e internacional e os destaques obtidos com a publicação de suas realizações em periódicos especializados em divulgar a arquitetura contemporânea brasileira - as revistas Projeto e AU.

Reforçamos nossa consciência de que as revistas especializadas não podem ser caracterizadas como publicações científicas e que elas carregam interesses múltiplos. Todavia, reconhecemos a importância delas para a consolidação da cena arquitetônica brasileira ao longo dos anos, conscientes de que os periódicos possuem papel relevante na documentação de períodos históricos. Para garantir uma seleção mais balizada desse grupo de profissionais, associamos as premiações obtidas em concurso à visibilidade dada aos arquitetos ou grupos pelos periódicos. Nossos principais objetivos com a pesquisa são:

1. Mapear os projetos dos arquitetos acima mencionados;

2. Selecionar em cada grupo os projetos mais significativos;

3. Produzir um inventário padrão para cada um deles, a fim de analisar a produção desses arquitetos e identificar um panorama da nova geração de Brasília;

referências principais

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ACAYABA, Marlene Milan; FICHER, Silvia. Arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Projeto, 1982. 

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? In: AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Tradução: Vinicius Nicastro Honesko. Chapecó: Argos, 2010. p. 55-76.

ALBANO, Anna Luisa; GARCIA, Claudia; PEIXOTO, Elane (org). Café com Europa: Brasília 60. Brasília: Universidade de Brasília, 2020.

ARGAN, Giulio Carlo. Arte e crítica de arte. Lisboa: Editorial Estampa, 1988. 

ARTIGAS, João Batista Vilanova. Caminhos da Arquitetura / João Batista Vilanova Artigas. São Paulo: Pini, 1986.

BASTOS, Maria Alice Junqueira. Pós-Brasília: os rumos da arquitetura brasileira. São Paulo: Perspectiva, 2003. 

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BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1981. 

BRUNA, Paulo J.V. Arquitetura, industrialização e desenvolvimento. São Paulo: Perspectiva, 1976.

CZAJKOWSI, Jorge. Arquitetura brasileira: produção e crítica. Revista Gávea, Riode Janeiro, n. 2, p. 29-32, 1985. 

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GUERRA, Abílio (org). Textos fundamentais sobre história da arquitetura moderna brasileira. v.1 e 2. São Paulo: Romano Guerra, 2010. 

LIMA, Carlos Magalhães de. Modernidades brasileiras: a obra de Milton Ramos. 200 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) - Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAU-UnB, Brasília, 2008.

MONEO, Rafael. Inquietação teórica e estratégia projetual na obra de oito arquitetos contemporâneos. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

MONTANER, Josep Maria. Arquitetura e crítica. 2. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2007. 

MONTANER, Josep Maria. Depois do movimento moderno: arquitetura da segunda metade do século XX. Barcelona: Gustavo Gili, 2001.

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WISNIK, Guilherme. Estado crítico: à deriva nas cidades. São Paulo: PubliFolha, 2009. 

WISNIK, Guilherme. Dentro do nevoeiro: arquitetura, arte e tecnologia contemporâneas. São Paulo: Ubu, 2018.

XAVIER, Alberto (org). Arquitetura moderna brasileira: depoimento de uma geração. 2. ed. São Paulo: Cosac Naify, 2003.

montagem de Liara Ramortsua para a Casa Cavalcante

financiamento
Universidade de Brasília - bolsa
Edital do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC (CNPq) 2021/2022

conexões

Congresso de Iniciação Científica da UnB

Carolina Lira Araújo

Letícia M. F. Oliveira

Lorrany da Silva Arcanjo

Luiza Alencar Paschoal

Natália Ferreira Valadão

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